Os contratos futuros do café arábica acumularam perdas ao longo desta semana, pressionados pelo comportamento do dólar e por indicadores técnicos. Os pregões também vêm sendo marcados pela rolagem de posições, à medida que se aproxima o início do período de notificação de entrega do vencimento maio, em 21 de abril. Na Bolsa de Nova York, o vencimento maio/2016 encerrou o pregão de ontem a US$ 1,1980, com perdas de 745 pontos ante a sexta-feira passada.
A divisa norte-americana apresentou fraqueza na quinta-feira, diante de preocupações do Federal Reserve (FED, o banco central dos EUA) com a economia global e do Banco Central Europeu (BCE) com a fraqueza do euro. No Brasil, o dólar subiu, chegando a superar R$ 3,70 durante o dia, sendo puxado também pelas indefinições no cenário político nacional. Ao término dos negócios, a moeda situou-se em R$ 3,6937, com elevação semanal de 3,68%.
Em relação ao mercado internacional do café conilon, há uma percepção de que a oferta física não é tão grande quanto alguns agentes industriais afirmam, tanto que os estoques certificados da ICE Futures Europe já acumulam perdas de 13% em 2016, com o nível atual sendo satisfatório para suprir a demanda por aproximadamente nove semanas. O vencimento maio/2016 do robusta fechou o pregão de ontem a US$ 1.496 por tonelada, com ganhos semanais de US$ 11.
No mercado físico brasileiro, as cotações acompanharam o desempenho dos respectivos mercados internacionais. O indicador do café arábica calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) encerrou a quinta-feira a R$ 473,11 por saca, registrando queda de 2,5% na semana. A comercialização permanece travada, haja vista a menor disponibilidade de cafés mais finos antes do início da colheita e a espera por melhores cotações por parte dos vendedores.
Já os preços do robusta continuam registrando recuperação. O indicador do Cepea para a variedade avançou 2,1% na semana, valendo, ontem, R$ 382,16/saca. Esse movimento, segundo a instituição, é motivado pela retração vendedora. Além da baixa oferta da safra colhida no ano passado, ainda existe a preocupação com a colheita de 2016, que foi impactada negativamente pela estiagem e deve ter sua produção reduzida, em especial no Espírito Santo.